A aposentadoria é a meta da maioria das
pessoas. O tempo de serviço ou a idade são pré-requisitos para quem procura a
Previdência Social (INSS). Outros optam pendurar
as chuteiras pela Previdência Privada. Mas, independente da maneira que a
conquistam, a aposentadoria representa a quebra de um vínculo com a antiga
vida. Um novo ciclo que nasce, o passado se dissipa em boas e más lembranças,
mas fica lá... no passado, apenas como lembranças.
Zé, O Especialista, protagonista em O Seminarista, também almeja esta nova
etapa em sua vida. Porém, sua profissão não é comum, não tem carteira assinada
e muito menos seguro de vida. Nela o passado insiste em permear o presente e o
persegue como uma sombra.
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O ponto positivo do fim da exigência do diploma para exercer a profissão de jornalista é que há um despejo menor de jornalistas no mercado de trabalho. Bom, isso para quem está estudando e vive a insegurança de enfrentar o mercado de trabalho, é claro. Mas não só para eles, o mercado e a sociedade também podem ganhar com isso. Alguém pode cogitar que formando menos profissionais cai a qualidade e nível da profissão. Mas peraí, a Pós-Graduação nunca foi exigência para a prática de profissão alguma e mesmo assim milhares de profissionais buscam as especializações Brasil a fora. Parece haver um movimento de filtragem, tudo indica que agora restou só a “nata” dos estudantes de jornalismo.
A cada dia os jornais, sobretudo os especializados em cobrir a propria mídia, anunciam o fechamento de mais um curso de jornalismo pelo país. O fim da exigência do diploma afugentou os que procuram o curso por modismo. Será que isso representa o fim daquele tipo de profissional multifuncional de merda que vemos na TV, que se intitula: modelo, atriz, prostituta e jornalista. O que a pessoa menos desenvolve é a atividade jornalística, mas usa a formação para passar uma certa.... certa... credibilidade? Confiança? Será que eles querem dizer: “olhe, não sou apenas linda e gostosa, eu penso!”. Vai saber, o que importa é que a tendência é uma melhora na qualidade dos que buscam o curso.
Creio que apenas as instituições melhores preparadas continuarão a oferecer a formação desta área da comunicação. Pois, na verdade temos vários exemplos de profissões cujo diploma jamais foi obrigatório para o exercício do oficio e mesmo assim os cursos não acabaram. Dentro da área de comunicação social temos o exemplo da publicidade e propaganda e do curso de designer, que sempre são muito procurados e formam turma todo semestre.
SINDICATOS - No outro lado desta questão estão os sindicatos de jornalistas. Pelo que tudo indica ainda agem como velhos conservadores que fecham a cara e observam de longe, com medo, ao menor sinal de mudança. Com exceção do sindicalismo paulista os demais estados não se posicionaram perante a sindicalização de jornalistas sem diploma. Se escondem atrás do conservadorismo e batem a porta na cara de aspirantes a jornalista sem formação. Isso é um absurdo, o mercado não deixará de contratar por isso, haverá um desvio de função e um enfraquecimento da categoria. Menores salários e o descumprimento das normas que regem a função já assombram os que desejam o ingresso no mundo dos periódicos.
Que a queda da exigência do diploma para o exercício da função seja o fim da prostituta de microfone na mão e o recomeço de uma categoria de trabalhadores fundamentais para a democracia e a sociedade brasileira.