por Everton Luiz da Rocha Mossato
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terça-feira, 26 de abril de 2011
A metade do segundo
quinta-feira, 14 de janeiro de 2010
Shampoo X merda: A propaganda e o universo feminino.
O que a mulher moderna mais deseja é ter um cabelo lindo e cagar. Sim, cagar mesmo, cocô, merda, bosta... acho que já entenderam né. Pelo menos é esta impressão que os comerciais de televisão nos passam quanto à preferência do consumo feminino. Entre um programa e outro o que mais se vê são filmes que apresentam mulheres correndo atrás de privadas, iogurtes que prometem fazê-las ‘colocar os meninos pra nadar’ e por aí vai. Entre outras técnicas apelativas os comercias dão a garantia de que o cocô irá sair em alguns dias. E o melhor, se o iogurte não funcionar elas podem mandar os rótulos dos frasquinhos e serem ressarcidas de seu investimento. Agora me pergunto, não é meio constrangedor mandar uma carta dizendo: “mesmo com o seu delicioso iogurte ainda não consigo cagar”?
O interessante nessa ‘indústria de merda’, que promete tirar o indesejado bolo fecal de dentro de nossas princesas, é o desenvolvimento de uma linguagem específica para se comunicar de maneira sutil com o público alvo. Por exemplo: a palavra merda virou acumulo, o slogan é ABAIXO AO ACUMULO, ou seja: cague de uma vez!. É um eufemismo que consegue tirar o mau cheiro da semântica da palavra, incrível. E o que uma agência de publicidade não é capaz de fazer hoje em dia ein? Se bem que o próprio vocabulário feminino já é recheado de eufemismos por natureza. Quando uma mulher quer dizer à outra que está há alguns dias sem “ir ao banheiro” ela usa apenas uma singela frase: “Aí amiga, estou ressecada”. Já o homem falaria algo do tipo: “Porra véio, faz três dias que não dou um cagão”, sutil diferença né. Ainda tem o linguajar utilizado em outras microssociedades como no sistema carcerário: “Aí mano, faiz dois dia que eu não apavoro, tô na laje”, no caso apavoro seria cagar e laje seria uma situação incômoda.
Falei um pouco do desejo da mulher moderna quanto ao funcionamento do intestino grosso e delgado , mas acabei não falando do outro desejo feminino moderno segundo à publicidade: deixar seus cabelos lindos e sedosos. Isso é fato, é só observar a quantidade de propaganda de shampoo na programação da tevê. Não sei pra quê tanto cuidado com um tecido morto, é como maquiar um defunto. Não, peraí, não seremos tão radicais assim. É uma questão estética, assim como nas unhas. Impressionante a capacidade da mulher de dar um talento nos tecidos mortos, como unhas e cabelos. Elas poderiam ‘dar um talento’ no tecido morto no meio das pernas do marido de vez em quando também, mas isso é outra história. Voltando ao cabelo, até 50 anos atrás eu duvido que a humanidade sabia da existência de tantos tipos de cabelos, acho que só se fazia distinção óbvia do liso e do crespo. Mas a fabulosa indústria do marketing a serviço do consumismo conseguiu subdividir os tipos em cacheados, secos, normais, oleosos e por aí vai, sem falar na cor que também se subdivide em uma infinidade. Tudo isso dá margem à venda de inúmeros tipos de shampoo e condicionador. Mas pra quê? Só com água e um ou dois tipos de sabão já não deixa limpo?
É difícil entender este complexo universo dos desejos femininos. Bom, só espero que as mulheres dessa sociedade moderna guiadas pelo consumismo não misturem seus desejos e acabem criando um shampoo de bosta.
por Everton Mossato
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
O comprimido mágico
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Trabalhei há alguns anos em uma grande empresa de Curitiba. Dessas que têm muitos funcionários, e entre eles figuras inacreditáveis. Como toda multinacional a rotina de trabalho era muito puxada. Nas longas horas que passei dentro dela, além de ajudar a enriquecer os grandes acionistas que eram seus donos, percebi e presenciei fatos interessantíssimos. Era enorme a diversidade de peões que trabalhavam nos diversos setores da fábrica. Homens, mulheres, do norte do país, do norte do Paraná, de lugares e cidades que eu nem imaginava que existiam. Todos ralando, e sonhando com uma vida melhor. Alguns reclamando, outros conformados, mas todos lá, dando seu suor e sua vida, em prol do trabalho.
Entre os funcionários muitos já tinham certa idade, trabalhavam ali há muitos anos. A rotina estafante e a vida ingrata haviam tirado desses homens a alegria e o prazer de viver. Eram carrancudos e desanimados. Só falavam de trabalho, só viviam para o trabalho. Mas essa realidade mudou, graças a um sujeito que respondia pelo apelido de “susto”. Era uma dessas figuras que poucas vezes encontramos. Louco, e sem juízo, susto era um cara conhecido por todos.
Aos poucos comecei a perceber uma mudança em um grupo de senhores. Alguns tinham comprado roupas novas, outros haviam pintado o cabelo e faziam a barba com certa frequência , e todos eles já não falavam somente de trabalho. Um dia ao entrar no vestiário para trocar de roupa e ir embora, vi um grande alvoroço, um dos senhores, desse grupo por mim observado, tinha derrubado um comprimido azul no chão do vestiário. Daí o motivo do grande alarde, o comprimido era Viagra! Vendido pelo susto por cerca de R$ 5,oo. O “tráfico” desse comprimido mágico já acontecia há algum tempo, dai o motivo de tanta transformação.
Foi inacreditável o que eu presenciei nos meses seguintes. Vi novos homens nascendo. Vi o viagra como um útero que gera o feto e o transforma até o momento de conhecer a nova vida. Vi no Susto, um profeta que trazia a boa nova a homens sem esperança. Descobri que um simples comprimido devolvera a sujeitos derrotados não só o alivio que se encontra no corpo feminino, mas a auto-estima a tanto tempo desaparecida. Muitas roupas novas foram compradas, muitos cabelos pintados. Muitos desses senhores reacenderam seu casamento. Outros arrumaram namoradas, alguns até mesmo amantes. A alegria antes esquecida pelos problemas da vida, agora fora despertada. E o comércio do comprimido era cada vez maior.
Deparei-me então com um fato extraordinário, toda a empresa havia sido afetada direta ou indiretamente pelo Viagra. Esse grupo de funcionários tinha contagiado e influenciado muitos outros trabalhadores. Entre estes, haviam chefes e líderes de setor, que também começaram a fazer uso do comprimido. A chama que o Viagra tinha acendido nos chefes refletia no dia a dia de trabalho. Eles tratavam melhor seus subalternos, que como consequência trabalhavam melhor e produziam mais. A diferença na produção foi tão notável, que até um churrasco foi ofertado pela empresa para gratificar os funcionários pelos bons resultados.
O quadro de funcionários da fábrica contava com duas psicólogas, que também tinham percebido a grande mudança. Porém elas atribuíam o aumento na produção à palestras de auto-ajuda, à frases de incentivo coladas nos corredores da empresa. Mal sabiam elas que toda aquela transformação não tinha sido feita pela psicologia do trabalho, empurrada garganta abaixo nos funcionários em terríveis sessões de auto-ajuda. Aquela enorme mudança havia sido trazida por um sujeito chamado Susto, e por um comprimido chamado Viagra, que tinha mostrado para aqueles homens que tudo é possível, inclusive voltar a viver.
por José Pires
sábado, 22 de agosto de 2009
Felicidade passageira
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Passava das nove quando cheguei, fui encontrar dois amigos que já me esperavam a mais de uma hora. O lugar era um pouco escuro, iluminado apenas por pequenas lâmpadas em cima do balcão. Uma máquina de música tocava um antigo sucesso do Zezé di Camargo e Luciano. O local ficava próximo ao passeio público de Curitiba, em um prédio velho que aparentava ter mais de cinqüenta anos. Entre uma cerveja e outra algumas meninas se aproximavam da mesa, pedindo doses e oferecendo companhia. Nós com pouco dinheiro, e acostumados a freqüentar zonas apenas para beber e dar risada recusávamos a oferta. As moças não eram de todo feias, apesar dos sinais deixados pela vida boêmia, eram até apresentáveis, para um bordel é claro.Gosto de beber nesses lugares por que alguma coisa sempre acontece. Alguém sempre chama a minha atenção, seja contando uma história de vida, brigando, caindo depois de muitas doses, ou coisa desse tipo. E naquela noite não foi diferente. Depois de algumas cervejas meu interesse pelas pessoas fica maior, minha boca que tagarela sem parar compete com meus olhos que não perdem um movimento sequer do ambiente. Observei então em uma mesa no canto um grupo de homens bebendo animadamente, as mãos eram ocupadas hora pela cerveja, hora pelas coxas das meninas que pulavam de colo em colo. As garotas, experientes que eram, conseguiam entre um beijinho e outro fazer com que os rapazes abrissem não só os zíperes das calças, mas também suas carteiras. Eu observava esta cena com a nostalgia de quem freqüenta zonas já há algum tempo. Essas demonstrações de afeto e alegria passageira são normais nesse ambientes. Porém um senhor, o mais velho do grupo, talvez fosse tio ou até mesmo pai dos rapazes, me chamou a atenção. Era um sujeito aparentando seus cinqüenta anos. Poucos cabelos, na boca os dentes que ainda restavam eram como pequenos pedaços de carvão, que ao invés de estarem embaixo da grelha, teimavam em ficar em cima da carne. As mãos demonstravam vida dura, o rosto inchado revelava problemas causados por muitos anos de cachaça.
O que despertou minha curiosidade não foi a aparência do homem, mas sim a alegria que a prostituta conseguiu despertar nele. Agarrado na cintura da moça, ele parecia um adolescente experimentando o tesão do primeiro namoro. O olhar de criança quando ganha o tão sonhado presente de aniversário, dava a ele um ar cômico e ao mesmo tempo triste.Entre os presentes na zona , ele era quem mais recebia atenção. Talvez por que havia pagado várias rodadas de cerveja e doses. Ao contemplar aquela cena, muitas perguntas vieram a minha cabeça. Quem era aquele senhor? Como era a sua vida? Era casado, e se era, como o tratava a esposa, para que toda aquela carência fosse revelada com a menor atenção dada por uma puta? Pensei que talvez a vida lhe tivesse negado certos prazeres, e que agora mais velho e sem nada a perder, gozasse esses momentos como se fossem os últimos. Talvez o álcool tivesse lhe privado os carinhos femininos por muito tempo, e agora com o pagamento no bolso, essa realidade tinha mudado, mesmo que por alguns instantes. O efeito da companhia daquela moça era como o da morfina usada em hospitais para aliviar a dor dos moribundos. Ela ouvia atentamente todas as histórias que ele contava, havia alguma coisa de santa naquela prostituta, pois o semblante de alívio que o rosto do homem mostrava, revelava que ela não apenas escutava o que ele dizia, mas entendia seus lamentos.
Nas três últimas cervejas que tomei, minha boca tinha perdido para meus olhos. Já não conseguia mais participar da conversa que se estabelecera na mesa. Minha atenção estava toda voltada para aquele senhor e a alegria despertada nele pela prostituta. Pensei então no papel das mulheres de zona na vida desse tipo de sujeito. Os pequenos momentos passados nesses ambientes, fazem com que a semana de trabalho, na maioria das vezes dura, compense quando se gasta o dinheiro ganho nos braços de uma puta. Elas são grandes ouvintes, e sabem contar boas histórias também. Não existe neste ambiente bonitos ou feios, apenas homens com dinheiro ou sem dinheiro. Cada um sabe até onde acredita em uma mulher da vida. Muitos se apaixonam em bordéis, alguns inclusive casam com prostitutas. O fato é que se os ricos têm o divã de um psicanalista para se aliviar dos problemas cotidianos, os pobres têm a zona para viver momentos agradáveis. Depois de todas essas reflexões, convidei meus companheiros para pagar a conta e ir embora, pois percebi que o dinheiro daquele senhor já estava acabando, e eu não queria ver seu olhar de criança sendo substituído pelo olhar de velho cansado e frustrado, ao ver o menina que tinha lhe dado tanta atenção, indo sentar num colo de outro coitado.
por José Pires
domingo, 17 de maio de 2009
“Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”

Espero que os trabalhadores da Sanepar não se espelhem no trabalho dos políticos brasileiros.Se não, literalmente, vai dar merda!
Everton Mossato
sábado, 4 de abril de 2009
Uma cartela de Fluoxetina e muita tevê globinho para os nossos velhos camaradas
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Podemos tirar como exemplo o caso do DETRAN. Lá enquanto você aguarda para fazer algum teste assiste diversos programas sobre o trânsito. Que orientam o motorista quanto a direção defensiva, multas e outros assuntos ligados ao trânsito. Provavelmente alguém pode pensar: “que merda, deve ser chato pra caralho ficar vendo isso”. Talvez sim, mas e a programação da monopólica rede Globo, é totalmente excelente? Só passa coisa boa não é? As histórias do Bob Esponja e do Lula Molusco devem afetar de maneira muito positiva a vida de um senhor de 60 anos.
Penso que jamais o Estado investirá na produção de uma programação específico para a saúde. Porém os postos são equipados, também, com aparelhos de DVD. O que impede então a transmissão de filmes, documentários e programas já disponíveis no mercado?
Chega! A garganta secou e eu vi que já tá marcando –4 na geladeirinha da skol. Portanto mande a primeira porque amanhã é domingo e eu não trabalho.
for Everton Stone
sábado, 7 de fevereiro de 2009
O ORGULHO DE SER UM HAMSTER

Salve, Salve rapaziada, mais um ano começou (sei que já começou faz um tempo, mas como também sou fiho de Deus, estava de férias,hehehe) , e com ele mais uma edição do BBB (e olha que esse já é o nono), como em todos anos, os produtores do programa inventam alguma novidade, na tentativa do aumento da audiencia, então imagine o que pode vir. Já não bastasse você colocar um bando de pessoas dentro de uma casa, filmando-as 24 horas por dia, agora a cupula desse programa inventou uma especie de caixa de vidro dentro de um Shopping, com 4 participantes, onde os mesmo eram observados ao vivo, numa especie de zoologico humano, e o pior é que esses participantes sentiam-se orgulhosos por terem sido selecionadas para essa experiência, ja que aquilo poderia proporciona-los 1 milhão de reias, e conforme muitos participantes e amantes do programa sempre falam, "por um milhao de reais vale tudo". Vale até ter orgulho de ser um HAMSTER, porque as caracteristicas são as mesmas, só faltou aquela rodinha, pra eles se exercitarem, mas dai ia ser muito descarado. E o que me deixa mais impressionado, é que muitas pessoas queriam estar no lugar deles.
infelizmente para eles, não existem ONGs de proteção a participantes do BBB, como existem para HAMTERS.
Mas eu gostaria de deixar bem claro uma coisa, esses BBBs por mais que tentem, nunca chegaram perto do Pink e do Cerebro, esses dois são muito mais carismaticos e espertos, que suas imitações humanas, hehehe.
Bom, amigo, traz a saideira, porque depois dessa to indo...
J. Mossato
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